7º Seminário de Velhices lgbt+

Nestes 7 anos de existência, os seminários foram pautados pela necessidade de adquirir e propagar conhecimentos relevantes sobre as velhices na comunidade LGBT+ em suas especificidades. O SESC 24 de Maio, por sua territorialidade e energia, vem agregar maiores possibilidades de abrangência e difusão dessas discussões e aprendizados.

Como as identidades de gênero e as orientações sexuais divergentes conduziram os corpos LGBT+ às velhices? A partir desta pergunta norteadora, abre-se um oceano de perspectivas e caminhos trilhados pelas pessoas dessa comunidade, que por resiliência e persistência chegaram às velhices.

Tratamos a palavra velhice no plural, pois assim a enxergamos, como a difração de uma única luz em milhares de novos pontos, entre iluminados e sombras. Ao passarmos pelos obstáculos de uma visão redutiva, poderemos ver as inúmeras possibilidades de vidas que, apesar dos enormes percalços, aqui se apresentam. Na primeira mesa, serão abordados aspectos clínicos, socioculturais e psicológicos do envelhecimento LGBT+: sem a pretensão de abranger a enorme profundidade do assunto, propomos uma reflexão sobre a corporeidade dessas velhices.

Para o segundo momento, a proposta é expandir o entendimento de dentro para fora, do avesso das aparências, e como essas vidas foram impactadas com a chegada da velhice. Como encerramento, traremos uma discussão sobre a necessidade de políticas públicas para uma maior concretude sobre o que
chamamos de “Direitos Humanos”.

Corpos políticos apenas por suas existências, aqui se colocam no auge de suas potencialidades e com a experiência que apenas o tempo proporciona.

Não é necessário dar luz a quem já possui e sim, abrir o palco para que, simplesmente, brilhem!

Programação

9h | Recepção e Credenciamento

9h:30 | Intervenção Artistica

Performance Pedr’água. Com Adriana Magalhães, Érica Navarro e Daniel Carrera.

Performance Pedr’água. Com Adriana Magalhães, Érica Navarro e Daniel Carrera.

Mestre de cerimônia: Renata Peron
SESC:
Diretoria Esou: Dora Cudignola e Luís Baron

11h:00 | Mesa 1 - Sexualidade e suas cores

Mediação: Débora Dias

Aspectos biológicos e Clínicos
Milton Crenitte | Ambulatório Trans 40+ USP

Aspectos socioculturais
Claudia Reis | Professora da rede Pública, Sapatã, umas das autoras do livro “Lute como uma Gordinha”

Aspectos Psicológicos
Adriana Nabeiro | Instituto de Ensino e Pesquisa Albert Einstein

12h:30 | Almoço

13h:40 | Coral EternamenteSou

14h | Mesa 2 -Envelhecência dos corpos dissidentes

Mediação: Edith Modesto

Esther Antunes – Mulher Trans, diretora de teatro, atriz, professora de artes cênicas
Dr. Sereno Sofia Gonçalves Repolês – Doutor em Saúde Coletiva pela UNIFESP

15h:30 | Mesa 3 - Corpos Políticos – Direitos Humanos sem políticas públicas?

Mediação: Diego Miguel;

KYLIE HICKMANN | Secretária Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+;

Prof. Dr. André Fattori |Titulado como especialista em Geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia

Deputado Estadual Guilherme Cortez | Deputado Estadual pelo PSOL.

15h:30 | Mesa 3 - Corpos Políticos – Direitos Humanos sem políticas públicas?

Renata Peron – Leitura/Intervenção Dramática – Bendita Sois Entre as Mulheres

17h:30 | Intervenção Artistica

Renata Peron e Grupo Sambabado

18h:30 | Encerramento

Participantes

MESTRA DE CERIMÔNIA

Renata Peron

Nascida na Paraíba, a cantora e atriz começou a sua carreira artística há 18 anos, cantando na cidade de Juazeiro na Bahia, local onde foi criada. A sua grande paixão na música é a MPB e na sua trajetória ela traz influências de Alcione, Djavan, Caetano Veloso, Chico Buarque, Tom Jobim e Clara Nunes, dentre outros grandes nomes.

Militante LGBT, Renata Peron, mora atualmente em São Paulo, é formada em Serviço Social pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e trabalha na SP Escola de Teatro.
O talento da artista chamou a atenção do grande público no programa X Factor Brasil, reality da Band e no Qual é o seu Talento, do SBT, sendo semifinalista.

Entre os destaques da sua carreira, a gravação de um disco com composições de Noel Rosa, Peron conta e canta Noel Rosa, que se transformou em DVD. No total, possui quatro discos e um DVD gravados. No teatro, já atuou em montagens como “As Criadas” e “Os Supra Anjos”, dirigidas por Welington Monteclaro, e “Pobre Super-Homem”, de Jean Mendonça.

Mesa1

MEDIADORA

DÉBORA DIAS

Débora Dias tem 26 anos, é sapatão e cria de Sapopemba. Estudante de Ciência sociais, na UNIFESP, onde integra o grupo de pesquisa Laroyê que pesquisa culturas infantis e pedagogias decoloniais. Coordenadora e educadora na UNEafro Brasil. Integra a Coletiva Emana, Coletiva da Visibilidade Lésbica e da Caminhada de Mulheres Lésbicas e Bissexuais de São Paulo . Integra também o Conselho Consultivo da Casa Sueli Carneiro. Está, até dezembro de 2024, como CoVereadora da Mandata Coletiva Quilombo Periférico.
Milton crenitte

Médico geriatra, com residência e doutorado em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Sua trajetória inclui a coordenação médica do ambulatório de sexualidade no Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da FMUSP, bem como a atual coordenação da complementação especializada em Sexualidade e Envelhecimento pela mesma instituição. Além de ser professor do curso de medicina na Universidade de São Caetano do Sul, Milton supervisiona o internato de clínica médica. Como voluntário, dedica-se à ONG EternamenteSOU, uma organização que apoia o público LGBTQIA+ com mais de 50 anos. Como ponto focal de Sexualidade e Envelhecimento no Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-BR), ele desempenha um papel fundamental no desenvolvimento dessa área.

Adriana Nabeiro

Psicóloga formada pelo Instituto Metodista de Ensino Superior, especialista em gerontologia formada pelo Instituto de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, especialista em Psicologia Hospitalar formada pelo Instituto Sede Sapientie. É especializada na “Abordagem Humanista. Atua como psicóloga clínica, mediadora em Rodas de Conversa na Associação EternamenteSou e no CONVITA – Centro de Convivência Idosas Italianos. Sua atuação se estende à BARONG – ONG voltada à prevenção de IST/HIV AIDS onde atua como palestrante e nas ações de Rua.

Claudia Reis

sapatã, pedagoga, mestra em Educação e doutoranda no PPGEDU da UNIRIO. Coordenadora do Núcleo III de Gênero, Raça, Sexualidade e Corporalidade do LEPEDI da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, diretora da ABETH (Associação Brasileira de Transhomocultura) Professora e coordenadora do Laboratório Ge-Ser no Colégio Pedro II e integrante da EternamenteSou.

Mesa2

MEDIADORA

Esther Antunes

é uma experiente diretora e professora de atuação com mais de 42 anos de carreira. Com uma trajetória marcada pela dedicação à arte e à educação, Esther tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento do teatro em diversas instituições e ONGs, especialmente aquelas voltadas para a terceira idade e a população LGBTQIA+. Esther também é uma defensora ativa do Teatro Invisível, uma técnica do Teatro do Oprimido que aborda opressões cotidianas em espaços públicos, sem que o público saiba que está assistindo a uma performance. Sua atuação com o Teatro Invisível foi particularmente impactante durante as eleições de 2018, onde ela e sua equipe exploraram as tensões ideológicas presentes na sociedade brasileira. Além de sua contribuição ao teatro, Esther participou como atriz em filmes de cineastas brasileiros renomados, como “Serial Kelly” (2022) e “Hipóteses para o Amor e a Verdade” (2013). Ela também tem vasta experiência na criação e gestão de projetos culturais e na coordenação de grupos teatrais, sempre com um foco na transformação social e na promoção da justiça.

Prof. Dr. Sereno Sofia Gonçalves Repolê

Doutor em Saúde Coletiva (bolsista CAPES) pelo Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da Escola Paulista de Medicina (EPM) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). É Mestre em Antropologia Social (bolsista CAPES) pelo Programa de Pós-graduação em Antropologia (PPGAN) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), universidade pela qual é Bacharel em Ciências Sociais. Professor Assistente no curso de graduação em Medicina do Centro Universitário São Camilo.Atua como pesquisador, docente e consultor principalmente sobre os seguintes temas: teorias e práticas de gênero e sexualidade, ciclos de vida e envelhecimento, cuidado e atenção integral à saúde LGBT+, Antropologia e Filosofia do corpo, da saúde e doença, metodologia de pesquisa, estudos trans e de movimentos sociais.Possui experiência em elaboração e desenvolvimento de pesquisas sócio-antropológicas com metodologias qualitativas.

Edith Modesto

é mestre e doutora em Semiótica Francesa pela Universidade de São Paulo (USP) e lecionou durante mais de 25 anos em faculdades de Jornalismo. Pesquisadora da diversidade sexual, já publicou três livros sobre o assunto: Diversidade sexual na escola – Uma metodologia de trabalho com adolescentes e jovens, Vidas em arco-íris – Depoimentos sobre a homossexualidade e Mãe sempre sabe? Mitos e verdades sobre pais e seus filhos homossexuais e Entre Mulheres (Edições GLS, 2009). Além de fundadora e presidente da ONG GPH – Associação Brasileira de Pais e Mães de Homossexuais, é idealizadora do Purpurina – projeto sociocultural para adolescentes e jovens LGBTS de 13 a 24 anos – e colabora com diversos projetos de educação para a diversidade, oferecendo também palestras para psicólogos, profissionais da saúde e militantes. Atua como Conselheira da Associação E.Sou (EternamenteSou).

Mesa3

MEDIADOR
Prof. Dr. André Fattori

Possui graduação em Medicina e residência em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (1996), doutorado em Clínica Médica pela Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP (2006). Titulado como especialista em Geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Atualmente é Professor-Doutor MS-5 da Universidade Estadual de Campinas na Faculdade de Ciências Médicas (Departamento de Clínica Médica), na área de Geriatria e coordena o Ambulatório para pessoas LGBT 60+.

Ana Cristina Silveira Teixeira

Coordenadora de Políticas para Pessoa Idosa da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania. Advogada formada pela PUC/SP com experiência em gestão pública na Administração Direta Municipal.

KYLIE HICKMANN

Coordenadora Municipal de Políticas LGBTI+ da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo Tem 52 anos de idade, é casada, jornalista, militante, artista performática da cena paulistana e consultora em Diversidade & Inclusão. Atualmente, ocupa o cargo de Coordenadora Municipal de Políticas LGBTI+ da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo, desde junho de 2024, sendo a segunda mulher trans a ocupar importante posição de destaque e representatividade.

Deputado Estadual Guilherme Cortez

Deputado estadual pelo PSOL em São Paulo, alinhado com as lutas pelos servidores e serviços públicos, direitos da comunidade LGBTI+ e meio ambiente. Preside a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da População LGBTI+. Aos 24 anos e com a campanha mais barata do estado, foi eleito deputado estadual com 45.094 votos, sendo o primeiro parlamentar de esquerda a representar a região de Franca, um dos mais jovens da história da Assembleia Legislativa e integrante da bancada LGBTI+.
É advogado e professor de cursinhos.

Artistas

Adriana Magalhães

Performer e cantora lírica soprano atuante do coro lírico da cidade de São Paulo desde 1994 participando ativamente de todas as óperas realizadas no Theatro Municipal de São Paulo até a atualidade.

No extenso currículo, premiações como jovem solista do Estado de São Paulo, prêmio
Décio Pignatari como performer e destaque como solista escolhida pelo maestro Enio Morricone em tour por São Paulo.

Erica Navarro

Violoncelista e compositora. Centra sua pesquisa nos conceitos que envolvem entrelaçamentos temporais, corpo-sentimento e estado bruto. Além disso, se fundamenta em sua vivência com a meditação, a música experimental e brasileira.

Sua inspiração é permeada por narrativas de travessias e a multiplicidade em suas diversas subjetividades. Em 2022 lançou seu primeiro álbum autoral: AQUI, para violoncelo solo, o qual apresentou em São Paulo, Rio de Janeiro e Seatlle/US, Berlim e Erfurt/Alemanha. Recentemente participou da Residência artística Sillon 10, na França.

BANDA SAMBABADO

Reverenciando o samba e outros ritmos brasileiros, o grupo nasce com o principal propósito de somar-se à representatividade LGBTQIAPN+ nas rodas de samba e oferecer um espaço livre e respeitoso a todas as pessoas. Sambabado é liberdade, inclusão, riso solto, samba no pé, felicidade e respeito. Sua formação é composta por Simone Mello, Café Silva, Bruna Callegari, Caio Villani, Luciana Fernandes e Iaiá Samba.

FICHA TÉCNICA:
Vocal e Pandeiro – Café Silva; Vocal e Violão – Simone Mello; Cavaco – Bruna Callegari; Pandeiro e Percussão Geral – Iaiá Samba; Surdo e Percussão Geral – Caio Villani; Tantã e Percussão Geral; Luciana Fernandes; Produção – Bruna Callegari; Operação de áudio – Dadá Samba.

Messias Souza

É indígena do povo Pipipã, nativo do bioma caatinga, artista visual e pesquisador, mestrando em Artes Visuais pelo Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Estadual Paulista.

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